terça-feira, 20 de maio de 2008
Interlagos, 26 anos depois
Na última sexta-feira realizei um sonho que já durava 26 anos e achava que nunca iria concretizá-lo.
Tudo começou numa manhã de domingo de 1982. Naquele dia, eu estava num campinho que tinha no fim da rua de casa "bronqueado" por ser obrigado a "assistir" a tradicional pelada de domingo por não aceitar ir para o gol.
Já não agüentava mais aquele tédio, mas como sou teimoso e não aceitava jogar naquela posição tão ingrata, continuava de fora do jogo.
Num certo momento, o som dos roncos dos motores de alguns carros que corriam em Interlagos me despertou.
Como eu não arredava o pé da minha teimosia, resolvi procurar uma nova diversão.
Como autódromo fica alguns poucos quilômetros do campinho, lá fui eu dar uma espiada.
Depois de alguns minutos de caminhada cheguei ao autódromo, e como os portões estavam abertos, entrei.
Ainda hoje me recordo da primeira imagem ao entrar em Interlagos. Fiquei fascinado com aquela imensidão de pista e aqueles fusquinhas envenenados correndo. Nas arquibancadas meia-dúzia de gato pingado, pois era um domingo de sol e qualquer moleque da minha idade na época estava num campinho de futebol ou na represa do Guarapiranga se esbaldando.
Era um treino qualquer e por isso não tinha muitos carros, mas o suficiente para ficar abobado. Não era possível enxergar toda a pista, que na época tinha um traçado de 7.823 metros.
Fiquei por mais de duas horas sentado e sozinho na arquibancada. Sai de lá fantasiando situações e dizendo que um dia eu iria correr em Interlagos.
Depois de 26 anos, o meu sonho se realizou. Na sexta-feira fui à abertura do 4Rodas Experience. Um grande evento que reúne exposição de carros, motos, acessórios e teste-drive com carros de diversas montadoras.
Não podia perder esta oportunidade. Depois da palestra obrigatória lá fui eu encarar o "monstro". Peguei o capacete e a balaclava e me dirigi às catracas que davam acesso à pista. Lá, o único carro disponível no momento era um Picanto automático da Kia.
Meu desejo inical era dirigir um dos carros esportivos que estava participando do evento, mas a vontade de realizar o sonho não me permitiu esperar pela próxima bateria, que seria depois de uns 30 minutos.
Já no carro, o monitor deu algumas dicas sobre o modelo a mim "imposto" e depois lá fomos nós para iniciar o teste-drive.
A perna esquerda tremia, o coração estava disparado e o misto de adrenalina e medo tomava conta de todo o meu corpo. A cada curva, uma cena daquele longínquo 1982 e os muitos pilotos que vi correr lá vinha à tona.
Foram duas voltas e meia, mas o suficiente para ter o meu dia de "Senna". Voltei à pista mais duas vezes. Uma delas a bordo de uma Ferrari F450, mas no banco de passageiro. A sensação foi muito boa, mas nada comparada com a primeira.
Ao longo da semana irei postar algumas fotos.
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3 comentários:
Ah! Que inveja...
Uma volta em "solo sagrado"
Alê
É Alê! uma não, duas voltas e meia no "solo sagrado". O curioso foi que o "monitor" que estava no banco do carona ai dizendo os nomes das curvas....naquele momento a adrenalina era tamanha que a única frase que sai da minha boca era: é....
Agora você sabe o que o Rubinho sente. Picanto e Nonda F1 é tudo a mesma coisa.
Valdir
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