quarta-feira, 26 de março de 2008

A culpa é do Aedes aegypti

Em quase 90 dias, 54 pessoas morreram por causa da dengue no Estado do Rio de Janeiro. É triste ver que em pleno século 21 pessoas ainda morrem por causa da doença no Brasil. Isso porque somos um país subdesenvolvido.

O pior é o jogo de empurra-empurra que está acontecendo. Culparam até São Pedro pela epidemia. Só faltam cupar o Aedes aegypti , se é que já não fizeram.

O que vimos agora é fruto do descaso de inúmeros governos --municipal e estadual-- com o sistema de saúde no Rio. Em 2005, na gestão Rosinha “Garotinho” Matheus, os hospitais ligados aos SUS (Sistema Único de Saúde) sofreram uma intervenção federal.

César Maia (prefeito), Sérgio Cabral (governador) e José Gomes Temporão (ministro da Saúde) deveriam esquecer a briga partidária e arregaçar as mangas para combater epidemia. Nos últimos dias vimos somente jogo de cena e nenhuma medida prática.

Como estamos em ano de eleições, as questões partidárias são mais importantes. Todo mundo quer aparecer.

No fim de semana uma reportagem da Globo mostrou carros destinados ao fumacê abandonados em um terreno no Rio. Hoje uma reportagem da Folha revelou que o governo do Rio cortou verbas para combate à dengue. Por sua vez, a prefeitura não planejou nenhuma programa de combate à dengue no Orçamento de 2007. Quem paga a conta? As 54 vítimas desse descaso -- 27 são crianças. Só estamos falado de um Estado apenas. Ainda temos mais 25 e o Distrito Federal.

A população também tem sua parcela de culpa e não pode ficar esperando ações das esferas governamentais. Com tudo que se tem noticiado ainda tem pessoas que simplesmente ignoram os cuidados básicos. Tomara que eles se lembrem desse começo de ano trágico na hora de votar.

terça-feira, 18 de março de 2008

O trânsito de SP

Nas últimas semanas o índice de congestionamento tem batido sucessivos recordes em São Paulo. A prefeitura vai divulgar amanhã um pacote para tentar desafogar o trânsito na cidade. Umas das medidas já anunciadas é a proibição do estacionamento em algumas vias no horário de pico. Outras foram publicadas no "Diário Oficial" nesta terça-feira.

Mais uma vez serão obras paliativas que devem privilegiar o tráfego de veículos ao invés do transporte público. Também não é para menos. Apesar da renovação da frota nos últimos anos, o sistema ainda é precário. Quem em sã consciência irá trocar o conforto do seu carro por ônibus lotados, sujos e barulhentos, em sua maioria.

Em fevereiro, São Paulo atingiu a marca de 6 milhões de veículos. A cada dia 800 novos carros são emplacados na cidade, foram os de outros Estados. Especialistas dizem que em 20 anos a maior metrópole da América Latina vai parar.

A cidade tem apenas 61 km de extensão de metrô divididos em 4 linhas para um território de 1.530 km2. Os projetos de expansão ainda são muito tímidos. Enquanto a prefeitura e os governo estadual e federal não priorizarem esse setor ainda continuaremos com longos congestionamentos na cidade.

segunda-feira, 17 de março de 2008

A tal da concorrência


A falta de concorrência é ruim em todos os segmentos da sociedade por "enes" motivos.

Estou comprovando isso na pele nos últimos dois meses nos meus retornos de Juiz de Fora. A Cometa é a única empresa que faz o trajeto SP-JF-SP. Em alguns horários a empresa coloca na linha ônibus dignos de uma viagem de 7 horas, principalmente nos horários noturnos. Já nos diurnos.....

No horário da manhã (7h20), o que costumo usar quase todas às segundas-feiras, o ônibus ainda é aquele tradicional Scania, que ficou famoso na década de 80 (foto acima). A viagem dura em média 7 horas, mas as paradas matam para um veículo sem ar-condicionado e poltronas mais confortáveis. Já fiz reclamações para a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e para a própria empresa, que diz que estão estudando trocarem os ônibus da rota. Nos horários das 16h10 e 22h41 os veículos são melhores, apesar de o preço da passagem ser o mesmo do convencional.

Ainda bem que em breve a ANTT fará um licitação de todos os trechos de transporte interestadual. Sei, vai levar tempo e será de cartas marcadas. Mas como o trecho é muito concorrido, provavelmente o serviço deve melhorar.

terça-feira, 11 de março de 2008

Crime bárbaro no trânsito de SP

Dois casos de violência no trânsito ganharam destaque no noticiário no começo desta semana. O mais trágico ocorreu nesta manhã no cruzamento da avenida Interlagos com a Yervant Kissajikian, na zona sul, e terminou com a morte de uma pessoa.

O motorista de um dos carros envolvidos, um Uno e um Corsa, ficou irritado que o guincho acionado pelo dono do outro veículo não socorreu o seu carro. Ele discutiu e foi buscar uma arma em sua lanchonete, que fica próximo ao local do acidente. Na volta disparou várias vezes contra os ocupantes do Corsa. Uma pessoa morreu e outra foi internada em estado grave.

No domingo, um motorista agrediu com uma barra de ferro um outro que havia arranhado o pará-choque do seu carro com uma bicicleta em um semáforo do Butantã, na zona oeste.

Estes dois casos engrossam as estáticas de crimes bárbaros no trânsito de São Paulo. Já perdi um amigo nesta situação.

Parece que cada vez mais as pessoas perdem o respeito pelas outras. Sou a favor de uma pena mais dura para quem porta uma arma ilegalmente. Também sou a favor de que acabem com o porte de armas. O controle deveria ser muito mais rigoroso.

Leis existem, mas infelizmente as armas apreendidas pela polícia nem sempre são recolhidas. Viram mercadoria para complementar a renda.

A posse de uma arma torna qualquer um "valentão". As mortes por armas de fogo no Brasil mata mais do que a Guerra no Iraque. Até quando nossas autoridades vão fingir que o problema não é grave.

É cada vez mais comum vermos casos de crianças que andam ou levam armas para escola.

No ano passado o governo federal reduziu taxas (seis no total de oito) e prorrogou em seis meses o prazo para o recadastramento de armas. Não preciso dizer mais nada. Apenas torcer para que casos como os relatos acima não aconteçam tão cedo.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Nova Cracolândia

Hoje o trânsito na região da "Nova Cracolândia" ficou complicado com os "apagões" dos semáforos das avenidas São João, Duque de Caxias, Rio Branco, al. Barão de Limeira e algumas outras ruas. Não foi a falta de energia que provocou este transtorno, e sim o vandalismo.

A CET informou, por meio de uma nota, que entre a última sexta-feira e madrugada de hoje foram furtadas peças de 12 controladores semafóricos --placas processadoras de comunicação--, controladores de potência e de fase, seletores de estágio e geradores de pulso. O prejuízo é de R$ 230 mil.

Um crime já anunciado. Desde o ano passado, quando a prefeitura demoliu prédios e anunciou o fim da Cracolândia (região da Luz), o tráfico de drogas mudou de endereço e se instalou em travessas da Barão de Limeira.

O furto dessas peças é para alimentar o vício. É comum a cena de 30 ou 40 pessoas, em sua maioria de menores, consumindo crack durante a noite/madrugada. Vou tentar fotografar para melhor ilustrar o que digo. Estive de plantão no fim de semana e não vi um carro de polícia na região no horário que sai da redação. Fácil entender a facilidade de como foram surrupiadas as peças.

domingo, 9 de março de 2008

Centro degradado

Andar pelo centro de São Paulo no fim de semana é um passeio arriscado. O risco de ser assaltado é enorme, sem contar a sujeira das ruas e calçadas em torno da Cadetral da Sé. Ultimamente tenho sido um freqüentador assíduo do percurso praça João Mendes-Estação Sé do metrô, principalmente quando estou de plantão.

É grande o número de moradores de rua, bêbados e crianças que se drogam na praça da Sé. Só perde para a "Nova Cracolândia", na região da Barão de Limeira.

Neste domingo, em minha "caminhada" até a estação, deparei-me com uma cena que durante a semana seria impossível de ser vista. Um grupo de sem-teto dormindo dentro das dependências da estação e outro de bêbados discutindo perto das escadas rolantes. Tudo isso bem perto dos seguranças, que fingiam que nada acontecia. Acho que porque lá seja o local mais seguro, penso eu.

O policiamento na região é quase inexistente, pelo menos no horário que costumo passar pela região. Entre 14 e 15 horas. Três ou quatro PMs e um número igual de Guardas Civis cuidam da “segurança”. Contigente maior só quando autoridades ou personalidades participam de evento na Cadetral da Sé.

É lastimável ver a degradação do centro de São Paulo. A tal revitalização anunciada com pompa por prefeitos, governadores e presidentes só é vista na região em torno do prédio do Banespinha, a nova sede da Prefeitura de São Paulo, e de algumas secretarias de Estado.

É a famosa "maquiagem". Embelezam a fachada para esconder os fundos.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Nostros hermanos?

O caso dos dois alunos brasileiros deportados da Espanha nesta semana foi a principal notícia desta sexta-feira. Uma prática muito comum, como informou ontem BBC Brasil.

Abrimos um canal aqui na Folha Online para os leitores que já passaram pela mesma situação vivida por Patrícia Rangel e Pedro Luiz Lima, alunos do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro) contassem suas histórias. Recebemos dezenas de depoimentos de casos ocorridos em diversos países, em especial os da Europa.

Em comum, relatos de maus-tratos, arrogância dos oficiais da alfândega e o fato de todos estarem devidamente com toda documentação exigida em ordem.

Depois do caso dos dois estudantes barrados na Espanha, o Itamaraty divulgou uma nota dizendo que estava estudando adotar medidas de retaliação ao governo espanhol. Apenas isso.

É incrível como o nosso país sempre abriu as pernas para os “gringos”. Não falo só deste governo, mas em toda a história. Quem costuma freqüentar ou passar pela região da avenida São João próximo ao começo da Barão de Limeira sabe que lá é um reduto de africanos, especialmente nigerianos. Em sua maioria imigrantes ilegais que vivem do tráfico de drogas. Toda a semana a polícia faz blitzes e prende alguns.

Me pergunto: como eles entram no país? É simples, não há fiscalização. Ela é feita apenas nos vôos que chegam dos EUA, principalmente daqueles que vêm de Miami e Orlando. Fácil enter. Os passageiros que vêm destes destinos em sua maioria trazem produtos acima da cota permitida. Pude presenciar isso no retorno de uma viagem que fiz ao Panamá em outubro de 2004.

Ontem oitos espanhóis foram barrados ao desembarcarem no aeroporto de Salvador. O Itamaraty disse que não foi uma retaliação. Acredite quem quiser.

Está na hora do Brasil adotar as mesmas medidas que os EUA, México e países da Europa exigem de seus visitantes. Só assim deixaremos de ser a casa da mãe-joana.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Imperador! onde?

Adriano foi destaque hoje em todos os programas esportivos de rádio e TV, além dos jornais paulistanos e italianos. Tudo isso graças aos dois gols que fez na vitória do São Paulo sobre o Audax do Chile, ontem pela Taça Libertadores.

Até aí nada de anormal. É sempre assim quando um jogador se destaca em uma partida. Como Dodô, que fez dois gols ontem pelo Fluminense pela mesma competição no Maracanã.

O atacante são-paulino tem sido destaque na mídia nas últimas semanas. Seja pelo jejum de gols ou pelas noitadas e acidentes em que se envolve.

Sinceramente acho o caso Adriano perdido. Com 25 anos e uma carreira "ameaçada" pelas baladas e bebedeiras dificilmente ele voltará a ser aquele jogador que destruiu a Argentina na final da Copa das Confederações em 2005 com dois gols --vitória por 4 a 1.

Como se diz por aí: tá no sangue. E é fácil entender essas atitudes. Adriano nasceu e passou boa parte da vida na pobreza. Não que isso seja uma justificativa, mas ele é o estereotipo do jogador que ganhou fama e dinheiro rápido por suas atuações e não possui uma estrutura familiar por trás que o impeça de cair nas tentações que uma conta bancária gorda proporciona para alguém ainda jovem e solteiro --mulheres, carrões e festas.

Como disse o ex-jogador Neto no programa "Jogo Aberto": Adriano precisa é de terapia, ajuda médica para encarar a fama.

Imperador? Jamais! Isso é coisa da mídia italiana. Para mim é apenas um jogador diferenciado, mas que para vestir a camisa do São Paulo precisa justificar, e muito, sua contratação.

Em tempos: muito boa a manchete do jornal chileno "Las Ultimas Noticias": Adriano puso fin a su farra justo ante Audax (Adriano coloca fim na farra justamente sobre o Audax). No lide da reportagem diz que quando se propõe e a ressaca permite, Adriano é um predador na área.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Lula e a crise ColômbiaxEquadorxVenezuela

Seria inevitável não falar da crise Colômbia x Equador x Venezuela, que quase gerou conflito armado nesta semana. Digo quase porque nesta quarta-feira os governos colombiano e equatoriano se "entenderam" perante ao Conselho Permanente da OEA.

Não vou me aprofundar nesta crise, mas sim na posição do Brasil no caso. É sabido nos quatro cantos do nosso rincão que Lula queria ser o principal porta-voz do Continente. Mas mais uma vez o "nosso" presidente ficou em cima do muro e apenas condenou a invasão. Nada mais.

Merval Pereira resumiu muito bem a postura brasileira em seu comentário ao "Jornal das 10" na noite de ontem na GloboNews. O colunista do "O Globo" disse que é muito cômodo Lula ficar em cima do muro por causa da ligação do PT com as Farc e o fato dos EUA, inimigo declarado de Hugo Chávez, supostamente terem ajudado a Colômbia matar Raul Reyes com apoio logístico. O presidente brasileiro é um aliado do venezuelano.

Uma posição de Lula em prol do "amigo" Álvaro Uribe geraria um grande mal-estar com seu partido (PT) e o ditador de Caracas.

Assim como as Farc invadiram o território equatoriano a movimentação da guerrilha em solo brasileiro há tempos já foi denunciada. Lula é contra a forma como as Farc agem na Colômbia, mas prefere ficar na surdina e manter a política da boa vizinhança.

Mais uma vez o nosso querido presidente fica em cima do muro. Como fez no caso das refinarias da Petrobras na Bolívia tomadas por Evo Morales.

terça-feira, 4 de março de 2008

O marasmo da TV paga

Por causa de um probleminha de saúde estive desplugado por estes dias. Como o caso exigia repouso quase que absoluto aproveitei para colocar em dia a leitura de um livro sobre jornalismo on-line e uma olhada pela programação da TV aberta e a cabo. Senão fosse o livro, teria sido um tédio absoluto.

Foi duro encontrar um programa que valesse a pena perder algumas horas em frente da TV. A falta de opção na TV aberta já é sabida há tempos e nem vou falar sobre isso, mas na TV a cabo pensei que não fosse encontrar este marasmo. E olha que tenho uma seleção intermediária da Net que na teoria seria mais opções de canais para fugir da mesmice.

Me senti lesado e enganado, ainda mais pelo preço que pago por mês --R$ 135 por. Para se ter uma idéia o Universal Channel repetiu o mesmo filme 4 vezes entre a amanhã de sábado e a madrugada de domingo. O filme em questão é a comédia "Serving Sara", em português “A Serviço de Sara”.

Dei mais algumas zapeadas e desisti da TV. Fui ler mais alguns capítulos do "Jornalismo 2.0", de Mark Briggs (editor da versão on-line do jornal “The News Tribune”, de Tacoma (EUA). Um bom livro para jornalistas iniciantes.

Como sou uma pessoa impaciente, li umas 30 páginas e logo voltei para a TV na esperança de encontrar um programa legal. Por sorte parei no History Channel logo no começo de um dos programas da série "Caminhoneiros do Gelo".

É uma reportagem/documentário muito bem produzida que acompanha a aventura de motoristas que desafiam a neve e camadas não confiáveis de gelo para manterem abastecidas várias cidades canadenses, isoladas durante o inverno.

Vale a pena assistir. De toda a programação do fim de semana foi a que mais me agradou.

Depois do fim de semana frustrante em frente a TV me fiz uma pergunta: será que vale a pena gastar R$ 135 para não assistir nem 30% dos canais de TV a cabo?