terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O velho Chico

(Gruta do Talhado)

No mês passado consegui realizar parte de um sonho da minha adolescência. Banhar-se nas águas do rio São Francisco. Pode parecer um sonho besta para algumas pessoas, mas como descendente de nordestinos foi uma grande emoção.

Até então, o máximo que fiz foi olhar o "velho Chico" da janela do ônibus nas viagens com a minha avó para Fortaleza. Devia ter uns seis ou sete anos.

O que estimulou este sonho foram as músicas de Luiz Gonzaga, que ouvia quando criança, influenciado pela minha avó. O "pai do baião" soube traduzir em música a dura vida daqueles que vivem a seca na própria pele.

(Paredões rochosos ao longo do São Francisco)

A minha viagem pelas nas águas do São Francisco começou no porto de onde saem os catamarãs para um passeio pelos cânions do Xingó, em Canindé do São Francisco, no agreste sergipano.

Conforme o barco avançava sobre o novo curso do velho Chico (até a construção da Usina Hidrelétrica de Xingó, em 1999, era impossível navegar pelo rio São Francisco) a emoção aflorava.

A trilha sonora não podia ser outra senão o velho Gonzagão. Cada informação que saia dos alto-falantes do catamarã se transformava em filme nos meus pensamentos. Depois de quase 50 minutos a embarcação chega num braço do São Francisco e atraca para os turistas conhecerem a Gruta do Talhado e se banharem nas águas esverdeadas.

(Ribeirinhos se banham no velho Chico)

É difícil encontrar palavras para descrever a emoção de se banhar no velho Chico. Fiquei por cerca de 30 minutos absorvendo esta experiência. Neste período nada mais me vinha à cabeça senão a satisfação de realizar parte de um sonho.

Pretendo em breve conhecer a nascente do São Francisco na Serra da Canastra, em Minas Gerais, e a sua foz, entre os Estados de Sergipe e Alagoas.

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